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Melhor aos 30 do que aos 25?

Foto do escritor: Maíra GomesMaíra Gomes

Atualizado: 12 de abr. de 2020


Eu amava fazer aniversário, ter as pessoas que amo ao meu redor, receber o carinho dos amigos e os presentes, é claro. Você já percebeu que quanto mais velhos ficamos, menos presentes a gente ganha e menos pessoas comparecem nas confraternizações? Triste, né? Quando a gente mais precisa de um afago para não se deprimir com os anos a mais, somos abandonados desse jeito.

Deixando o drama de lado, dia 15 de julho, sexta-feira agora, eu completo 31 anos. Eu nem me acostumei com os 30 ainda e a vida vem e me joga mais um ano na cara. "Ah, um ano não muda nada!" Muda sim! Principalmente para alguém tão neurótica como eu. Eu sei que só fico mais velha porque estou viva e que a sabedoria vem com a idade, mas vamos combinar que é só isso, né gente? De resto é só tombo. É ruga, cabelo branco, marcas de expressão, metabolismo lento e por aí vai. Até algumas oportunidades de emprego deixam de ser uma opção por causa da idade. É duro!

Fora a pressão de não estar onde você gostaria e perceber que o tempo passa sem dó. Não vai frear porque você nem começou o mestrado ainda, ou porque gostaria de ter outro filho, mas ainda não pode, ou porque se dá conta que nada está como você imaginava quando ainda estava começando sua vida adulta.

No ano passado, pouco antes de completar os temidos 30 anos, escrevi um texto apocalíptico sobre o tema. Continua tudo valendo!

O único em primeira pessoa

Sinto pavor dos 30. Sinto pavor de envelhecer. Isso herdei do meu pai, junto com as dores na coluna e demais mazelas. Lembro bem quando ele chegou aos 40. Relutante como se quisesse voltar aos 20 só para ter mais tempo antes de aceitar que estava envelhecendo. Será exatamente assim comigo. Penso que para as mulheres é ainda pior envelhecer. A pele perde o viço, a bunda e os peitos caem. Curiosamente ficamos cada vez mais loiras, porque não há tinta que baste para cobrir tantos cabelos brancos nascendo e crescendo, tudo isso mais rápido do que a velocidade da luz, e ainda mais rápido do que o intervalo que as tinturas recomendam para serem reaplicadas. Pelo menos o loiro mescla com os brancos e disfarça por mais tempo. Ainda não tenho fios brancos, mas temo que acorde lotada deles no dia em que entrar para o time das Balzaquianas. Serei uma balzaquiana loira, essa é a única certeza que tenho. Não aceito que precise de exercícios para manter no lugar o que sempre esteve lá. Malhar para manter minha bunda em pé é o mesmo que ter que convencer o Círculo Polar Ártico a não se mudar para o Círculo Polar Antártico, ou seja, ilógico! Me parece tão egoísta estarem pensando em colonizar a Lua, quando ainda não fabricam pílulas de juventude eterna. Ao menos na Lua não há gravidade, bundas e peitos não terão para onde ir. Tantas coisas ainda por fazer e os 30 aí, batendo a minha porta só pra me lembrar quantas coisas eu tô devendo no meu plano original. Um segundo filho, uma carreira sólida, sucesso...ah, o sucesso, coisinha subjetiva é o sucesso, papo para outro dia. Tantas coisas a realizar e o relógio em regressiva. A ampulheta do tempo grão a grão me lembrando da minha finitude, da minha mortalidade. Consciência essa que nós não temos aos 20 e por isso não valorizamos. Saudades dos 20, medo dos 30. Isso me define nesse momento.



 
 
 

© 2015 por Maíra Gomes Orgulhosamente criado com Wix.com

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