

Jornalista e Escritora


O ALEMÃO
Imagem do Google
Graças ao transporte público de Berlim pude descobrir o quanto os alemães podem ser prestativos e simpáticos, apesar do idioma assustador que te da impressão de que vão te porrar a qualquer momento. Como no dia em que achamos que um bebê estava sendo vítima de violência:
Minha mãe e eu saíamos de um supermercado quando vimos uma mulher gritando muito com um carrinho de bebê. Imaginamos que ela estava irritadíssima, mas ao chegar perto percebemos que toda aquela gritaria era um ataque de fofura. A mulher gritava e enfiava a cabeça dentro do carrinho e beijava o pé do bebê, o que de longe nós não conseguíamos ver.
Todo esse jeitinho ogro é por conta do idioma, que pra mim é de outro planeta. Mas na verdade os alemães são muito gentis.
Logo no nosso primeiro dia já tivemos duas boas experiências: Nós tentávamos achar o tal do S, que apesar de ser gigantesco não sabíamos com o que se parecia. Ao pedir ajuda, no meu inglês sofrido, a menina sacou um celular e entrou na internet para tentar nos auxiliar. Já viu tamanha presteza? Ela não conseguiu nos ajudar, mas super valeu a intenção.
Como já contei, um alemão até nos abordou no Brandemburg Tor só para nos dar informações sobre o show de rap que acontecia no local.
Nos comércios não era diferente, fomos muito bem tratadas em lojas e restaurantes. Só teve um garçom mal humorado, mas isso tem em todos os lugares.
Um povo com tanta paixão por cerveja só podia mesmo ser gente boa!
E assim os berlinenses ganharam o meu coração.
MONTMARTRE, O PARAÍSO DOS BOÊMIOS EM PARIS
Aos desavisados, Montmartre é muito mais do que a Sacré-Couer. Montmartre é o paraíso dos boêmios e foi lá que me encontrei, na verdade me encontrei em todos os lugares de Paris, mas Montmartre é um lugar especial e o dia que passei lá foi um dos melhores de toda a viagem. Recomendo uma visita sem pressa, um dia inteirinho de Montmartre. Espero poder voltar a Paris um dia e tenho consciência que alguns passeios podem ser feitos apenas uma vez, não precisam ser repetidos, mas o bairro de Montmartre precisa ser visto e revisto quantas vezes forem possíveis.
Começamos fazendo comprinhas nas lojinhas de souvenir, e nesse ponto é importante pesquisar, bater perna e ter cuidado. O lugar é perfeito para comprar lembrancinhas de viagem para os amigos, com muitas opções baratas e bacanas.
O bairro tem fama de ser reduto da malandragem, alguns contam ter sido vítima de golpes nos arredores, mas eu não vi nada desse tipo.
Subimos de funiculaire, um bondinho que sobe lateralmente até o topo do morro onde fica a igreja, a subida é rápida, indolor e barata. Se você for menos preguiçosa, pode subir as escadas. Boa sorte!
Depois de visitar a igreja, parada obrigatória, afinal você está de cara com ela e a construção é belíssima e imperdível, mesmo para os menos religiosos, seguimos para conhecer o bairro.
Quando saímos da Igreja, seguimos pela lateral esquerda e havia um grupo cantando, numa apresentação divertidíssima que envolvia os expectadores.
Almoçamos num pub, que se eu não me engano era Irlandês. Talvez minha memória esteja me traindo, mas isso não é importante, o importante é que tinha wifi.
Seguimos para Place des Tertres e sentamos para tomar uma cervejinha enquanto observávamos o movimento de artistas, pintores, desenhistas e turistas. Bacana demais, só não foi tão bacaba não termos perguntado o preço da cerveja antes de sentar no bendito bar. 8 euros!!!!!
Mesmo depois dessa facada, seguimos de bar em bar. Geralmente a cerveja era Heineken, ou 1664, o que não é ruim, mas a gente variava quando podia.
Descendo pelas ladeiras do bairro encontramos uma paisagem linda, com moinhos, esculturas, bosques urbanos e casinhas encantadoras.
Passamos pela Praça Abesses, onde a expressão “Eu te amo” aparece em diversas línguas no Le Mur des Je t’Aime, ou O Muro do Eu te amo, um lugar muito agradável e que vale a visita.
Sou bem suspeita pra falar de Monmartre, porque o bairro definitivamente ganhou meu coração. Passamos o dia fazendo duas coisas que amo, conhecer lugares e beber cerveja.
Também estivemos no café des 2 moulins, onde a protagonista do filme O fabuloso destino de Amelie Poulan trabalhava. Uma graça de lugar, cheio de detalhes que vão te transportar para o universo do filme, que aliás, recomendo.
Montmartre é colado ao bairro Pigalle e realmente não sei determinar onde começa um e onde termina o outro. Já no fim do dia estivemos no Moulin Rouge, que só visitamos do lado de fora mesmo, o show é uma fortuna. Nos arredores do famoso cabaré há uma infinidade de outros cabarés menos famosos e sexy shops. A visita é no mínimo engraçada.
Nós fomos e voltamos de metrô, meu transporte favorito em Paris.
AMSTERDAM E O DIA EM QUE EU FUGI DE UMA VELHINHA
O que mais dizem sobre Amsterdam? Maconha liberada!
Sim, Amsterdam é muito mais do que um lugar legalize, mas obviamente eu não poderia ter passado pela belíssima cidade sem ter um episódio para contar sobre a erva.
O centro de Amsterdam tem incontáveis Coffee shops, lojinhas que vendem maconha de todos os tipos que você puder imaginar. O cheiro/perfume, conforme o gosto do freguês, está por todos os lados e apesar de não ser permitido fumar nas ruas, as pessoas fumam. Aqui no Brasil é proibido fumar em qualquer lugar e o povo também fuma, então não foi algo que me chocou.
Assim sendo, estava eu sentada na escada de uma igreja católica, que estava fechada. A tal igreja fica na rua do mercado de pulgas na Waterllooplein. Minha família tinha ido ao Museu de Reimbraint, que fica próximo ao local e eu, que estava ansiosa por compras, não fui.
Depois de rodar muito, sentei para descansar. Uma senhora se aproximou e puxou assunto. Eu não falo inglês, nem tão pouco neerlandês, língua oficial do País baixo, mas mesmo assim, com um esforço hercúleo de ambas as partes, consegui conversar com a senhorinha.
Ela me perguntou se eu estava passando mal, expliquei que estava cansada. Ela me disse que era Sul Africana e perguntou de onde eu era. Depois disso a conversa virou uma mistura de inglês, espanhol e mímica, que a coroa dominava.
Em alguns momentos ela falava em neerlandês com um cara que estava de pé próximo a nós e comigo ela reclamava que o cara estava olhando atravessado para ela. Pois bem, no meio desse papo animado a coroa sacou uma seda e começou a confeccionar um cigarrinho do capeta e eu, que burramente havia deixado dinheiro e passaporte com a minha mãe, entrei em verdadeiro pânico.
Fingi que havia encontrado alguém, pedi desculpas e levantei, saindo em disparada por entre as barracas com medo de que a senhora viesse atrás e descobrisse a minha mentira.
Dali em diante passei a me esconder da velhinha, que parecia estar em todos os lugares. Entrei em diversos brechós e até numa pet shop. Finalmente encontrei minha mãe. Eu parecia um bichinho assustado. Foi ridículo!
O que nós aprendemos hoje? Não fale com estranhos e tenha seu passaporte com você e um dinheirinho para beber uma água!
DDR MUSEUM
O DDR é um museu moleque, com menos de dez anos de vida e que mostra o estilo de vida comunista na Alemanha Oriental.
Mas o que poderia ser algo chato, maçante e totalmente desinteressante, na verdade é, em minha opinião, um dos melhores museus que já fui na vida. Isso porque ele é todo interativo e te permite mexer em absolutamente tudo.
Pausa pra minha memória de infância: ”É pra ver com os olhos e não com as mãos”. No DDR é pra ver com a mão, com o ouvido e também com os olhos.
As experiências aguçam os sentidos, você pode tocar nas roupas e brinquedos, ouvir gravações ao telefone, ver a programação da TV da época.
Eu “dirigi” um Trabant, carrinho que a galera recebia do governo, falei no telefone, entrei numa casa típica da época e fui até interrogada. Isso só pra dar exemplos de coisas muito legais que você pode fazer no DDR.
No dia que visitei tinha uma excursão escolar, estava infernal, mas felizmente só entrei depois que os adolescentes saíram. E minha dica é essa, se o DDR estiver muito cheio aguarde, vai ser chatão esperar pra mexer nas coisas e ver os outros mexendo não tem graça. O DDR fecha as 20h e isso é importante, os outros museus fecham as 18h e você pode deixar o DDR pra mais tarde. Duas horas são suficientes para mexer em tudo, sem deixar nada pra trás.
Não bastasse tudo isso, o museu fica localizado as margens do Rio Spree e atrás da Berliner Dom(Igreja mais linda de Berlim). Vale o passeio!
Endereço: Karl-Liebknecht-Str. 1, 10178 Berlin, Alemanha
Bônus do videozinho ridículo
TRANSPORTE PÚBLICO EM BERLIM
Em Berlim temos muitas opções de meios de transporte. É um sistema muito completo com S-Bahn, U-bahn, Tram, Metro Tram e Ônibus. É também um sistema enlouquecedor para quem não conhece a cidade e tão pouco fala alemão, meu caso!
O S-bahn e o U-bahn são trens. O S-bahn vai até outras cidades, como Potsdam. E o U-bahn roda dentro da cidade de Berlim. Já o Tram e o Metro Tram circulam em trilhos no meio da rua e eu não sei a diferença entre eles.
Em quatro dias na cidade andamos em quase todas as opções, acho que fiquei devendo só no Tram e no Metro Tram. O grande barato é que eles são totalmente integrados e dependendo do bilhete que você compra, pode andar em todos eles com um bilhete só o dia todo. Bom, né?
Como se não pudesse ficar melhor, até os pontos de ônibus têm um letreiro digital (semelhante aos que temos no metrô aqui no Brasil) com o
tempo que o seu transporte vai demorar a passar no ponto onde você está. Não é genial?
E nada de esticar o bração ou sacudir os dedinhos quando vir seu ônibus se aproximando. O motorista para sempre que tiver gente no ponto. É o cúmulo da civilidade!
O 100 é o melhor ônibus da vida. Ele te leva pelos mais conhecidos pontos turísticos de Berlim, dá pra fazer um belo city tour dentro dele e descer e subir o dia todo, economizando na caminhada e no dinheiro, já que comprando o passe diário você pode pegar quantos meios de transporte quiser.
Ficamos num hotel bem longinho do centro. Mas o bairro é cheio de opções de transporte, bons mercados, farmácias e lojas. Na frente do hotel há uma estação de U-Bahn e no final da rua uma estação de S-bahn. Na rua lateral passam alguns ônibus também, mas acabou que só circulamos de ônibus no centrão.
A aventura fica por conta de descobrir como comprar o passe na primeira vez. Existem pontos pela cidade onde você pode comprar o ticket, mas nós compramos sempre no S, pois, era onde começava o nosso dia. Demos o maior mole por falta de “berlinidade” e pagamos bem mais caro no primeiro ticket. Como éramos cinco comprávamos passe para grupo e com um dia de validade. Existem muitas outras opções de passes, de períodos de validade e principalmente de destino e foi por isso que pagamos quase dobrado na primeira vez. Compramos um passe que valia para sair da cidade e não era o que nós queríamos.
É preciso validar o ticket antes de entrar no S. Não existe cobrador, mas resista à tentação do calote, que a multa é bem salgada se você for pego usando o transporte sem bilhete.
A cidade possui ciclovias por todos os lados e eu quase fui atropelada algumas vezes, pois, demorei pra entender que a marcação sobre a calçada era uma ciclovia. Bicicletas tradicionais dividem espaço com os o Velotax, bicicletas que carregam passageiros, e com as Bier Bikes. As Bier bikesum são pubs sobre rodas que servem a cerveja enquanto você pedala. O pub tem espaço para até 15 pessoas, dez pedalam e bebem, cinco só bebem. A pergunta é: Onde faz xixi?
O BADALADÍSSIMO PORTÃO DE BRANDERBURGER
O Portão de Branderburger, em alemão Branderburger Tor (olha você aprendendo que tor é portão em alemão), é um dos mais famosos pontos turísticos de Berlim, Alemanha.
Sua arquitetura neoclássica é simplesmente um desbunde, absolutamente impactante e blá blá blá.
De verdade, é imperdível e está localizado bem na meiuca da parada toda, na Pariserplatz, que é uma praça (olha mais uma lição de alemão gratuitamente, platz é praça). Bem no comecinho (ou seria o finalzinho?) da Unter den Liden, que eu arriscaria dizer que é a avenida principal.
Tudo muito lindo, imperdível e tal, mas isso eu já sabia antes mesmo de chegar lá. O que eu descobri quando coloquei meus pezinhos em Berlim é que o Portão de Branderburger é o fervo.
No dia que cheguei a Berlim, passamos no hotel pra exorcizar às 14hs de voo e partimos pra lá. Era uma segunda-feira e estava acontecendo um evento de Hip-Hop pela paz mundial.
O evento acontece toda segunda às 20h. É muito animado e incompreensível, já que é tudo cantado, falado e escrito em alemão e meu alemão é, digamos assim, pré-iniciante, se é que existe essa classificação.
Fiz um videozinho sem vergonha que vocês conferem lá no meu canal do Youtube.
Só descobrimos o que estava acontecendo porque os alemães são muito gentis, educados e receptivos e isso também foi uma coisa que descobri lá. Um senhor nos abordou e contou do que se tratava o evento, sem nem a gente perguntar.
No dia seguinte passamos no Portão de novo, pois, como eu disse, ele fica lá na meiuca da cidade. E estava tendo uma manifestação com um frango inflável gigante.
No terceiro dia, vi na internet que duas modelos (aqui nós chamamos de subcelebridades) ficaram peladonas agarradas com uma cobra e trocando selinhos.
É ou não é um lugar animado?
Bônus do Frango assado
Bônus do videozinho
NÃO CONVERTA, ESQUEÇA!
Imagem do Google
É isso mesmo! Se você está indo para o exterior, a minha primeira dica é não fazer conversão de moedas. A não ser que você esteja indo para a Argentina, onde fazer conversão é uma delícia, o peso argentino está R$ 0,57, esqueça esse hábito de ficar convertendo o preço das coisas para real. O Dólar e o Euro estão muito altos, mas para quem vai ao Reino Unido a coisa é ainda pior, já que a Libra Esterlina está ainda mais alta que o Euro.
Quando viajei, maio de 2014, o Euro estava em torno de R$ 3,00. Hoje está mais ou menos em R$3,50. O dólar custa pouco mais de R$ 3,20 e a Libra, bem, a Libra, a Libra tá quase 5 conto. Então a dica é, só vá ao Reino Unido se for irresistível! E não deixe de conferir a cotação quando for programar a viagem, esse texto provavelmente estará defasado em pouco tempo. Entre escrever e publicar, precisei atualizar os valores três vezes. É brabo, amigo, nossa moeda não tá dando pra nada!
Se eu contar o preço das coisas nos lugares onde eu fui, Alemanha, Holanda, Bélgica e França, você deprime e desiste de viajar. Só pra dar uma ideia do que te espera, um café da manhã na França, petit dejéuner, não sai por menos de 12 euros… Não converta! Um almoço, que em
alguns lugares vem com entrada, prato principal e sobremesa, sai por 16 euros, no barato…Não converta! Uma água nos monumentos, bares e restaurantes? 2 a 3 Euros… Não converta e compre no mercado antes de sair para turistar, a diferença de preço é brutal. A água de 1 litro pode custar menos de 40 centavos de euro no mercado, enquanto a garrafa de 500 ml chega a custar 5 euros nos arredores do Ópera de Paris. Não é melhor levar a sua na bolsa? Se eu falar dos museus e pontos turísticos, aí você chora e eu não quero ver ninguém chorando.
Pensa assim, priorizar é a palavra de ordem. Faça uma lista das coisas que você gostaria de fazer durante sua viagem, pesquise preços dos passes diários de transportes e museus que alguns lugares oferecem. A economia é bastante significativa.
O planejamento para a viagem é que fará toda a diferença entre passar suas férias estressado, ou de fato curtir o que o passeio pode te proporcionar de melhor. Outra dica é estipular uma quantia diária para gastos, mas não deixa de separar o dinheirinho das compras que ninguém é de ferro.








